Tuesday, February 17, 2009

Guia de sobrevivência do turista no Carnaval de Pernambuco




1. Ao encontrar algum bloco que possui boneco gigante, preste atenção nas mãos do boneco "pro mode" não levar uma mãozada no "quengo". Embora o efeito do álcool se vá logo após a chapuletada, não é, obviamente, uma sensação agradável.


2. Se você escutar alguém gritando "Madeeeeeeeeeeeeeeiiiiiraaaaaaaaa", não se assuste, pois ninguém vai ficar derrubando árvore em pleno Carnaval. É apenas algum bloco ou banda cantando o hino do bloco "Madeira do Rosarinho", o qual você vai escutar umas 14.889 vezes por dia. Até a quarta-feira de cinzas, você saberá a letra de cor.


3. Não se incomode se, ao seguir um bloco, a bandinha tocar sempre as mesmas músicas. Também não se incomode se, ao seguir próximo bloco que passar, a banda deste tocar as mesmas músicas que o bloco anterior tocou. O Carnaval de Pernambuco é assim mesmo, é tradição. É a época do ano que os pernambucanos se reúnem pra ouvir as mesmas dez músicas de sempre.


4. Nem pergunte qual é o frevo novo que é a sensação deste ano. Faz tempo que isso não existe em Pernambuco. E nem invente de perguntar qual é a dança da moda. Você corre o risco de apanhar, pois isso é coisa de baiano.


5. Nunca entre em discussão com algum pernambucano sobre qual é o melhor Carnaval dentre o baiano, o pernambucano e o carioca. Vocês nunca vão chegar a conclusão alguma.


6. Nunca pergunte pra onde um bloco está indo. Siga-o apenas. Nunca se sabe onde um bloco vai parar, e nem onde começa.


7. Em Olinda, não se desespere se você passar horas e horas sem ver passar algum bloco de Carnaval. O bom do Carnaval olindense é a espera.


8. Não leve carteira, relógio, telefone celular e outros pertences pra o meio da folia. O Bloco do Arrastão desfila todos os dias e a qualquer hora.


9. Se você for homem, não fique constragido em mijar no meio da rua quando der vontade. Se assim não o fizer, vai acabar mijando nas caçolas se tentar achar um banheiro. Se você for mulher, trate logo de achar um banheiro público e entrar na fila duas horas antes de chegar a vontade de falar com o homem do balcão.


10. No Carnaval de Olinda, se você for uma mulher bonita e gostosa, correrá o risco de, sem o seu consentimento, ser agarrada, beijada, apalpada e outras coisas terminadas em "ada". Nem vá de shortinho curto e de tecido leve. Vai voltar com a arruela "assadinha". Use a velha bermuda jeans. Se você for homem e tiver uma namorada gatinha, nem passe perto da cidade alta. Mas, se você for uma mulher feia, é hora de aproveitar e tirar o atraso acumulado. Pois, em Olinda, vale o velho ditado: "não existe mulher feia; você é que bebeu pouco" ... Vai que é tua, baranga!


11. Outro ditado que vale no Carnaval: cú de bêbo não tem dono. Assim, vale mais usar o outro ditado "quem tem cú, tem medo" na hora de beber. Pense 2 vezes antes de enfiar o pé na jaca. Não confie nem nos amigos!


12. Não saia cedinho de casa pra ver o desfile do Galo de Madrugada. Este bloco não desfila e nem nunca desfilou de madrugada. Ao final do desfile, procure um bom dermatologista .... depois de se recuperar.


13. Em Olinda, depois de tomar todas, nunca tente subir a Ladeira da Sé à pé. Álcool só é combustível pra automóvel.


14. Se você for pra folia de carro, prepare-se para pagar antecipadamente 10 reais ao flanelinha pra deixar o carro na rua - se conseguir achar algum lugar. Além disso, prepare pra enfrentar engarrafamentos homéricos.


15. Não fique constrangido se você estiver no meio de um bloco "lírico" e não souber o que porra é lirismo. Também não fique sem jeito se o bloco for um do tipo "bloco-de-saudade-de-velhos-carnavais" e você não estiver sentido saudade alguma. Metade dos participantes desses blocos também não sentem porra de
saudade nenhuma, só dores nas juntas. Grande chance de achar aquela velha tia-avó viúva ou a tia solteirona, que há muito você não via.


16. Se você for alérgico a mofo, passe longe dos "blocos-de-saudade-de-velhos-carnavais".


17. No meio desses "blocos-de-saudade-de-velhos-carnavais", finja que sabe quem é Felinto, Pedro Salgado, Pierre, Fenelon e o velho Edgar Moraes. Assim, você se enturmará mais rápido com o pessoal. Se, por curiosidade, você perguntar quem são esses caras, provavelmente vai receber como resposta um constrangido "não sei".


18. Não há problema algum em não saber dançar frevo. 99% dos pernambucanos não sabem fazer o passo.
- Nem tente ! Você poderá acabar seu Carnaval num ortopedista.


19. Quando você não estiver escutando porra nenhuma, tenha certeza que é o "blocos-de-saudade-de-velhos-carnavais", passando na sua frente.


20. Caso o bloco que vocês está seguindo, passe na frente de alguma emissora de TV transmitindo em rede nacional, ao vivo, prepare-se para escutar pela enésima vez o hino do Vassourinhas, e levar um monte de caneladas. Pule feito um louco até a música acabar. E não se esqueça de "abrir" os cotovelos ....

Monday, February 16, 2009

Bandeira Branca



É carnaval! E eu comecei as comemorações quinta feira passada. Show da minha "prima" linda, Mariana (foto).

Pra quem gosta de MPB clássica e boa música, o show dela foi o melhor que eu fui em muito tempo. Ela está com um projeto novo chamado árvore, em que ela conta e canta a história músical da família dela desde a época das cantoras de rádio até agora. Tem samba de rádio, Chico, Cole Porter. Um repertório incrível com uma banda impecável e uma cantora linda. Vale a pena ver.

A estranha coincidência? Duas músicas que a Mariana tocou e que eu ouvi outra vez no samba do sábado (sim, eu estou sambista) não saem da minha cabeça:

Bandeira branca amor
Não posso mais
Pela saudade que me invade
Eu peço paz

Saudade mau de amor, de amor
Saudade dor que dói demais
Vem meu amor
Bandeira branca, eu peço paz


E a outra...

Chora, não vou ligar
Chegou a hora
Vai me pagar
Pode chorar pode chorar (mais chora!)
É, o teu castigo
Brigou comigo
Sem ter porquê
Eu vou festejar, vou festejar
O teu sofrer, o teu penar

Você pagou com traição
A quem sempre lhe deu a mão

La laia, la laia
La la la

Qual será o samba enredo do meu carnaval??

Bom humor Mode on =DDD

Tuesday, February 10, 2009

GRRRRRRRRRRR


Quer sentir masi ou menos como será se você for pro inferno? Experimente pegar a combinação Marginal + Rebolsas + 9 de julho por volta do meio dia.

Hoje peguei o primeiro grande trânsito desde que vim morar aqui. Levei 1 hora e 50 minutos para atravessar um trecho feito em 20. Stress!

* Bad mood mode on!

Saturday, February 07, 2009

Saturday night


É engraçado como as coisas são. Até um tempo atrás eu acharia que passar um sábado a noite em casa sozinha era a coisa mais deprimente do mundo. Hoje, estou aqui por opção. Mandei pedir Wraps, coca light e vou assistir todos os episódios de Heroes. Estar bem o suficiente pra se divertir na própria companhia é um privilégio de poucos =)

Wednesday, February 04, 2009

Time to let go

Parou de chover.
Está um dia lindo lá fora.
É sempre bom poder apreciar as coisas lindas da vida, mesmo que de forma triste.
Talvez o meu olhar ainda fique melancólico durante muito tempo.
Talvez pra sempre.

Infelizmente (ou não) maior prova de amor está em abrir mão do que se ama.

** Listening Free as a Bird.

Tuesday, February 03, 2009

Espera

São quatro e meia da manhã e eu cotinuo com insônia.

Esperando...

Há exatos 1 ano e dois meses achei que havia terminado a espera.

Hoje, só espero não estar enganada.

Talvez a espera acabe onde comece a esperança, talvez não.

A esperança foi embora junto com o meu conto de fadas.

E eu que sempre esperei realidades e imperfeições, novamente espero esperança.

Espero a volta de um sonho, não quero o real, quero o esperado.

A verdade é que não se pode esperar que é pra sempre, nunca é.

Por enquanto espero ansiosa.

Sunday, February 01, 2009

Life goes round and round



Durante muito tempo me diverti em projetos auxiliares, em blogs e escritos com pseudônimos, em trabalhos que não tinham nada a ver com a escrita. De repente uma necessidade incrível de colocar tudo o que sinto numa página de computador.

Provavelmente uma volta ao passado.

Tanta coisa mudou, outras voltaram a ser as mesmas.

O café e o cigarro, que outrora foram substituídos por uma vida feliz e saudável outra vez são companheiros inseparáveis. A angústia, tão necessária ao bom escritor e tão dispensável a vida feliz e medíocre que eu secretamente desejei desde que me apaixonei pela primeira vez parece não me deixar mais.

Começo e acabo esse post numa outra cidade, numa outra vida, com o mesmo jazz tocando e uma vontade insuportável de colocar para fora tudo que me aflige.

** Ouvindo Billie Holiday Good Morning Heartache.