Monday, June 25, 2007

Anedotas de São João: Dos amigos, das fogueiras e dos cigarros.

Eu definitivamente acho que eu sou a ex-fumante que todo fumante quer ter por perto. Desde que deixei o cigarro, há um ano e meio mais ou menos, com raras recaídas (3, na verdade- uma com Thaysa em João Pessoa, um único cigarro em festinha mexicana, e a que eu vou narrar neste post). Como eu estava dizendo, eu quase tinha esquecido o porquê de eu ter deixado o cigarro. É bem verdade que o cheiro incomoda e que o fumante possui uma propensão muito maior a uma série de doenças bem complicadas. No entanto, nada disso se compara a insuportável sensação de ter aspirado toda a fumaça das fogueiras de São João que eu estou sentindo hoje.
Eu nunca fui a maior das viciadas, afinal, como digo a todas as pessoas que me perguntam como eu parei de fumar, “para quem já teve 80 quilos e precisou parar de comer, qualquer vício é fichinha”. O grande problema é que eu sempre associei o cigarro às situações mais prazerosas, às sensações mais intensas.
Além do mais, todo ex-deprimido sabe que o cigarro alivia a angústia e a tristeza, que o tempo das tragadas leva você aos pensamentos mais dispersos, fazendo desaparecer, mesmo que por poucos minutos, a sensação de “Nothing Really Matters”.

PARAR DE FUMAR É PHODDA!

Depois de uma quinta adorável e de uma sexta melhor ainda, o meu São João tinha tudo pra ser um grande desastre. Não foi!

*O lugar mais lindo que eu vi nos últimos tempos.

* Meus amigos queridos, que apesar de tantas idas e vindas, de tantas Guerras, de tantas intrigas, e de quase nada em comum, eu aprendi a amar e acho que não vou desaprender nunca.
*Uma sobremesa enorme e maravilhosa, só pro caso de ter alguém na fossa por lá, ansioso por passar o final de semana dando beijinho.

Chegamos sábado à noite e tivemos a infelicidade de ter que ouvir o gosto musical de pra lá de eclético e etílico de Siriema (agora Sassiri) . Uma mistura assustadora entre Cindy Lauper, e pagode dos anos 80! Corri mais cedo da farra, não estava muito pra bebida naquela noite.
Na manhã seguinte, quando todos dormiam, fui despertada por uma harmonia maravilhosa. Elba Ramalho cantava no grande encontro, que é uma coisa que eu nunca ouço, mas que ficou perfeita adicionada à casa e ao clima.
Sai do quarto achando pra cumprimentar quem quer que fosse o dono daquela trilha sonora. Encontrei Thiaguinho sozinho, contemplando a vista, com os pensamentos em um lugar qualquer. Claro que o pobre quase morre do coração com o susto que tomou quando me viu. Eu convidei o meu amigo querido a fumar um cigarro no terraço, num dos momentos mais inesquecíveis, dos finais de semana mais inesquecíveis que eu passei esse ano.
Enfim... agora outra vez ex fumante, sentindo sinceramente que as horas que eu vou perder no nebolizador hoje à noite serão muito bem gastas. =)

Tuesday, June 12, 2007

As bad as it gets

Nada está tão ruim que não possa ficar pior!

Sinceramente, Murphy ficaria orgulhoso da minha noite de ontem. Finalmente eu pude acreditar que estava formada, noite da colação de grau! Todo mundo sabe que eu sou chatíssima, morro de vergonha até de parabéns pra você e tenho horror a toda e qualquer cerimônia do gênero (isso mesmo, eu não pretendo casar na igreja). O que só os íntimos sabem é que o meu pai é exatamente igual a mim e minha mãe exatamente o oposto!
Enfim, depois de passar uma semana levando esporro da minha mãe porque eu era esquisita, etc.etc. e que mães gostavam de formaturas, decido me arrumar beeeem direitinho, fazer uma escova grau 4 no cabelo (uma bem poderosa, só perdendo para a combinação escova + chapinha + kerastase) e fazer cara de princesa de beca.
Foi ai que começou o meu pesadelo. Fui de carro pro trabalho, fui ao salão na hora do almoço e pedi ao meu chefe para sair uma hora mais cedo. Tudo funcionava, à exceção do dilúvio fenomenal que teimava em cair.
P.S. Eu trabalho na Imbiribeira.

5:00 p.m. - Saí mais cedo do trabalho para terminar de me arrumar, afinal acolação era às 7. Quando chego no estacionamento, descubro que o meu carro estava preso por um infeliz mal educado! Resultado, tenho que esperar mais de 40 minutos dentro do carro sem protestar, porque a chuva torrencial não me deixava descer sem assanhar o cabelo.

5:45 p.m. Finalmente consigo sair e me irrito com o dilúvio, o trânsito e os telefonemas histéricos da minha mãe. Muita água, um rio. De repente um ônibus gigante passa ao meu lado, joga uma quantidade enorme de água e mata meu carro afogado. Resultado, carro quebrado, parado, dentro de uma poça d´água na Imbiribeira a uma hora da colação.

6:10 p.m. Uma alma bondosa me ajuda e empurrar o carro até o estacionamento de uma loja (a minha escova, óbvio, já tinha ido pro quinto dos infernos). Desço do carro, escapo de um banho fenomenal de lama e consigo a proeza de fechar o carro com a chave e a bolsa dentro, ainda por cima com a luzinha acesa, iluminando a minha bola aberta. Munida apenas de um celular, pego um táxi fiado, encontro minha mãe em casa e mando um outro motorista de táxi resgatar a minha bolsa.

7:00 p.m. Começo o meu banho quente para relaxar e, claro, a resistência do chuveiro queima, dando um pipoco gigante . Acabo o banho (agora frio) e vou trocar de roupa enquanto o outro motorista de táxi não chega com a minha bolsa resgatada.

7:45 p.m. Com o rosto um pouco mais bonitinho e o cabelo com aspecto de quem saiu da guerra, saio finalmente de casa rumo à colação.

No taxi....

Mamãe: Gilson, bote aquela música de Roberto Carlos pra Renata se acalmar
Gilson: Pois não
Eu: ....

Mamãe: você sabe quem esta cantando minha filha?
Eu: Roberto Carlos?
Ela: Não... é um cantor evangélico que louva ao senhor com voz de Roberto Carlos! Não é o máximo?
8:15 p.m. Ainda no caminho, minha mãe resolve ligar para minha madrinha e pergunta se ela já chegou.

Mãe: Ta onde?
Madrinha: To dentro de uma poça d´água, aqui na Caxangá e você?
Mãe: to perto da poça!

8:30 p.m. Finalmente chegamos e o resto da noite até que deu certo. Depois eu posto umas fotos no flog pra vocês verem se eu fiquei bonitinha de beca. Depois de uma fila enorme, finalmente eu me vinguei da minha mãe... Deixei ela a colação inteira (3 horas de chatisse) do lado de Rafa Guerra. Huhuhuhuhuuh

Eu tenho certeza que Rafa foi pra esse programa de índio só pra eu não poder faltar a dela, mas valeu mesmo assim.

11:30 p.m.

Mamãe: Tire esta louca daqui!!!
Rafa: Renatinha, ela conversou o seu juramento inteiro, eu briguei com ela mas ela nem ligou!
Mamãe: Onde é que desliga hein?
Eu: Ela dormiu muito hoje mamãe, não adianta!
Todos: Vamos pra casa que por hoje o dia já rendeu.
Mamãe: Você realmente deveria escrever sobre isso, minha filha.

Moral dá história: Até na hora de colar grau se formar dá trabalho. Mas agora eu sou oficialmente grande =D

Friday, June 08, 2007

Finding myself in someone else's eyes

Quem me conhece a fundo sabe, que por algum motivo obscuro, eu tenho uma relação muito estranha com pessoas “mais novas”. Eu sinto uma inveja secreta pela falta de maldade, pela visão do mundo quase utópica e, principalmente, pelo instinto estúpido de se jogar e quebrar a cara.

O porquê desse post? Bom, dentre os muitos motivos, eu estou me sentindo especialmente velha nesses últimos meses – mesmo tendo “apenas” 25 anos – embora eu seja uma anta afetiva (maturidade aqui passa longe), mas eu simplesmente perdi o brilho nos olhos, a capacidade de acreditar no impossível, de ir de peito aberto, mesmo sabendo que ia dar tudo errado, só pela emoção de sentir.

Too many scars, indeed L

Enfim...
Estava eu nas intermináveis duas horas de almoço do meu emprego altamente paradoxal (nada mais irônico do que uma aficionada pelas palavras trabalhar lendo números), conversando besteira no MSN e lendo alguns blogs. De repente eu lembrei de um blog, de uma menina que habita o meu msn sabe lá porque, que eu nunca vi na vida e que, antes disso, a única coisa que tinha de diferente eram alguns nicks extraordinariamente criativos.

Os dois posts mais recentes eram deveras muito interessantes, e impressionantemente bem escritos para uma menina de seus 20 anos. Bonitos, muito sensíveis. Fiquei encantada e continuei lendo, afinal, ainda tinha cerca de 40 minutos.

No terceiro post, comecei a sentir uma sensação estranhíssima. Nunca vi tantas coincidências, introspecção, timidez, infância em Aldeia, clássicos herdados! Uma pessoa impressionantemente parecida comigo, com cinco anos a menos e alguns livros a mais.

A maneira de escrever, a maneira de se descrever. Até a leve arrogância típica dos tímidos em excesso que lêem demais. Estou a três, quatro dias relendo esse blog e sorrindo com carinho da minha “imagem” cinco anos antes.

Não sei bem porque estou postando isso, nem se vou mostrar à dita cuja. Mas me acalma bastante saber que em algum lugar no mundo, até bem mais perto de mim do que eu esperava, existe alguém que continua intacto a esse choque brutal que a diferença dos livros e da realidade causa nos serem utópicos e que, principalmente, corrompido ou não pelo mundo (tudo o que sei dessa pessoa são alguns textos postados num blog) não perdeu a capacidade de sonhar.

Bom, depois disso eu só posso ler a “Passagem das Horas”, nada mais propício. Afinal, ainda me restam 30 minutos até o fim do interminável horário de almoço.

Thursday, June 07, 2007

A menina do olhar perdido

- Good Morning Heartache

- In my solitude... you haunt me with memories… Kd meu conto!?

- Ta quase!

- Quase? Eu passei três anos sem escrever nem bula de remédio! Fiz um conto inteirinho só pra você, e a condição foi que... VOCÊ ME DESSE UM TAMBÉM! Faz mais de um mês que você me enrola! HUNF!

- Pronto, olhe aqui o seu conto, pare de brigar comigo vá! Eu queria fazer um conto sobre você, mas fiquei muito impressionada com uma história muito punk q ouvi domingo passado, deu um ótimo conto.

- Não importa, manda logo!

- Se serve de consolo, o título é sobre você.

- E qual é?

- “A menina do olhar perdido”


E pensar que, na hora, eu nem prestei atenção no título do conto. Estava muito mais ansiosa pelo conteúdo do que por qualquer outra coisa. Alguns meses depois, relendo alguns textos importantes, finalmente prestei atenção na única coisa “minha” que havia naquele texto. Como assim a menina do olhar perdido? Eu costumava ser a menina do olhar brilhante!

E foi então que eu me descobri adulta, e não gostei nada do que vi.

Continua...

Saturday, June 02, 2007

Dos amores, das musicas e das fossas parte 2

O computador esta sem acento, logo, relevem.
Continuando o post anterior, vamos para as mais importantes.

Chet Baker - Every Time we Say Goodbye

"We love each other so deeply that I ask you this, sweetheart,why should we quarrel ever,why can't we be enough clever,never to part.
Every time we say goodbye I die a little,every time we say goodbye I wonder why a little,why the gods above mewho must be in the knowthink so little of methey allow you to go..."

Trilha sonora de Cole Porter, uma das musicas mais lindas do mundo, numa das interpretacoes mais lindas do mundo. Todos os dias, todas as noites, todas as vezes que nos encontravamos, eu mandava uma mensagem dessa musica para voce, lembra?
Meu primeiro amor, minha prmeira grande paixao...
Meio intenso, meio platonico, nunca sei ao certo.
Ate hoje nao sei se amava o amor que sinto por voce ou se te amava de verdade.
Hoje digo que amo, minha companhia frequente pras horas dificeis, e pras faceis. Alguem que chora comigo quando eu acabo os meus namoros =).
Tenho saudade de ficar mais perto, mas nossos genios e os caminhos que as nossas vidas tomaram infelizmente nos impedem.
Muitas aventuras, muita saudade, eu nao poderia ter escolhido uma musica melhor.
O maior exemplo de historia bem resolvida, de um caso complexo que se tornou uma solida amizade.
Depois disso, so posso acabar o post com a frase da sua musica preferida cantada por Chet.
I'll always love you. "No matter what the future brings... As time goes by"